com a palavra

Diretora da Escola Castelo Branco lembra trajetória no Estado

Gabriele Bordin

Momento em família. No registro, o marido, Roberto (à esq.) e os filhos Débora e Murilo

A professora Ana Lúcia dos Santos, 52 anos, nascida em Restinga Sêca, é formada em Pedagogia pelo então Centro Universitário Franciscano (Unifra), atual Universidade Franciscana (UFN). Ela é também especialista em Gestão Educacional e em Alfabetização, e mestranda do curso de Tecnologias Educacionais em Rede pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Educacionais em Rede (PPGTER/UFSM). Ela é casada com o servidor público aposentado Roberto Peixoto dos Santos, 57 anos. O casal tem os filhos Débora Peixoto dos Santos, 32, e Murilo Peixoto dos Santos, 29. Filha dos aposentados Floriano Machado da Silva, 78, e de Maria Alzira dos Santos da Silva, 74, Ana Lúcia tem duas irmãs, Patrícia dos Santos Silva e Cecília de Castro. Além da trajetória no magistério do município e do Estado, ela atuou como bolsista da Rede e-Tec Brasil, na Diretoria de Educação a Distância (Dead) do Instituto Federal Farroupilha. Nesta entrevista, a educadora compartilha as memórias do início da carreira, o trabalho que desenvolve na comunidade da Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, onde é diretora desde 2009, além de reflexões sobre a Licenciatura.

Fotos: Arquivo Pessoal/Na posse da gestão 2019/2021 como diretora da Escola Castelo Branco. Na foto, com as vicediretoras Carine Machado e Cleonice Bernardes

Diário - Qual foi a sua principal influência para escolher a área da Educação? 

Ana Lúcia dos Santos - Desde menina, eu já sabia que seria professora. Minha principal influência veio de uma tia, a Dalva Terezinha dos Santos. Com o apoio dela, aos 15 anos, trabalhei como monitora do então Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). Desde então, sou apaixonada pela profissão.

Diário - Como é a sua relação com a Cidade Coração?

Ana Lúcia - Devido à transferência do meu marido, em meados de 1999, nos mudamos de Rêstinga Seca para Santa Maria, uma cidade acolhedora e maravilhosa para residir. Na Cidade Coração, meus filhos nasceram e se consolidaram profissionalmente, bem como, estabelecemos vínculos de trabalho e amizades maravilhosas. 

Diário - Que lembranças a senhora tem do início da profissão? 

Ana Lúcia - Em 1985, trabalhei em escolas municipais do interior de Restinga Sêca. Lembro que a dificuldade para chegar em Martimianos, por exemplo, era intensa. Todos os dias, pegava o ônibus às 6h e, ainda, caminhava por mais três quilômetros. E não era só isso. Precisávamos enfrentar cachorros bravos e chuva. 

Em 2016, a professora contou a história da escola Castelo Branco para a comunidade

Diário - Mesmo assim, nunca perdeu a motivação? 

Ana Lúcia - Não. Mesmo em dias de chuva ou caminhando no barro eu adorava o local. A comunidade era receptiva, os estudantes levavam lanche e a professora era "autoridade" quando chegava. Tudo era motivo de festa, até mesmo os momentos de faxina. Foi dureza, mas sobrevivi. Tenho consciência que aquele período contribuiu para que eu me tornasse quem sou hoje.

Diário - A senhora é diretora na Escola Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Como é a sua relação com a comunidade escolar? 

Ana Lúcia - Acredito na escola e em educação pública de qualidade. Durante esses anos de gestão, minhas colegas dizem que estou sempre inventando alguma coisa. Meu empenho é para que tudo aconteça da melhor maneira possível e todos se sintam bem na Escola. Desde minha chegada no Bairro Boi Morto, percebi a necessidade de ampliar a escola. Em 2003, estive à frente do trabalho de implantação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, em 2006, da oferta de Ensino Médio no Castelo Branco. Essa luta conjunta da escola e da comunidade fez com que acontecesse o estreitamento dos laços entre ambas. 

Com os colegas da Escola Castelo Branco, no Recanto Maestro, em 2017

Diário - A escola está a serviço da comunidade? 

Ana Lúcia - Hoje, tem-se o entendimento de que a escola contribui muito com a comunidade na qual está inserida, e vice-versa. Meu trabalho se dá junto a uma equipe maravilhosa de gestores, além de professores, funcionários e alunos que me acompanham há vários anos. 

Diário - Como avalia a importância da Licenciatura?

Ana Lúcia - Atualmente, para ser educador é preciso muito mais que compartilhar conhecimento. Precisamos saber trabalhar com as diferenças, com as tecnologias, com novas estruturas familiares e com a desconstrução de valores que afetam a convivência do ambiente escolar e, consequentemente, a aprendizagem do estudante. Ser professor é criar possibilidades para a formação de outros profissionais. Meu conselho é que meus alunos sejam gratos a Deus e aos pais pela vida e aos professores pelo aprendizado. Aos meus colegas, agradeço a parceria e amizade neste processo de crescimento.

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